O que faz o poeta...?!
Além de elevar sua paixões a um palanque de suplícios
Estabelecer suas emoções ao precipício
para que tudo se torne fantasioso, lúdico e lírico?
Nada além
De conduzir sua jornada em vícios
Escritos à caneta e papel por madrugadas - inspirações inesperadas
Triste trajetória nem sempre alcançada
Nada além
De flertar com as estrelas noite a dentro
E trazer em seu peito
Um coração quente e vibrante, mas jamais satisfeito
De um fanático caçador de histórias
Algumas reais - outras que sequer foram vividas
Estamos à espera de tudo
Sedentos...
Dependentes químicos da solidão
E a partir desse momento
Nasce a luz de sua inspiração
Mas cuidado com cada passo dado
Não provoque sua ira
Sua arma é a palavra
Seu escudo é o sarcasmo
Não o deixe isolado
Não o seduza com um olhar mal intencionado
Nada passa impune
Por esse sujeito reservado
A esperança por dias melhores o alimenta
A sede por paixões sangrentas o enobrece
Imaturo, inseguro
O luar é sua companhia enquanto anoitece
E a saudade é o combustível pra fugir da realidade
E as ilusões o antidoto para o tédio
Mas não se engane
Não existe remédio
Tão pouco analgésico
Pois seu legado jamais será levada a sério
Afinal, que mal há no romantismo?
Excitar-se com frases picantes ao ouvido?
E acordar pela manhã
E fazer dos braços da companheira o seu abrigo?
Leve-se em conta a necessidade de correr riscos
Abrir mão da própria vida
Se doar
Elevar o espírito
Mesmo que seu peito profetize
Um sinal de perigo
Não passamos de meros coadjuvantes
em um mundo de estúpidos
Corações alados sem se estabelecer
Esperando o amanhecer, ser o que ele quiser ser
Trair quando puder trair
E morrer quando quiser morrer
Questione-se
28/10/22
