NADA ALÉM

ROSÁRIO


E fiz do deserto minha moradia
D
a sede meu guia
E fiz do teu colo minha morada
nesse mar agitado, denso e constante
Pobre de mim, navegador principiante
De certo, não cravarei meu nome
em sua jornada
Ouça-me neste grito - a queimadura e o delírio
Que minha honra agora é inexistente
Pois carrego em mim a cruz...
O coração letárgico...
E um rosário...

És objeto de admiração e desejo
Dentre inúmeras rosas - és a única que vejo
Sem deixar de lado
A arte de amar

Procura-se o amor - em forma de afago
Busca-se um teto - para o espírito vago
Encontra-se um lugar - para o coração descansar

 22/11/22